Uso da tecnologia por crianças, benefício ou perda da infância?

Uso da tecnologia por crianças pode ser um benefício ou a perda da infância.




Hoje quero falar com vocês, papais e mamães, sobre filhos e tecnologia.

Que os pais devem monitorar o acesso de crianças à internet, isto não é novidade, mas acredite, de acordo com a Pais&Filhos, cerca de 80% dos pais não sabem o que os filhos acessam na internet, segundo uma pesquisa do CyberHandbook

Tenho uma filha de dez anos, e percebo que está cada dia mais difícil de controlar conteúdos nocivos às nossas crianças. Fico de olho no que ela assiste no Youtube e  no que é pesquisado na internet.
Mas sempre tem aquele conteúdo que parece inofensivo, mas não é!

As crianças tem acessado a internet cada vez mais cedo e não sabem o que é certo ou errado. 
Senso assim, é nossa responsabilidade conversarmos, bem como proteger a privacidade e a segurança de nossas crianças.

Recentemente foi atualizado o Manual de Orientação: do Grupo de Trabalho Saúde na Era Digital (2019-2021).

Pesquisas científicas mostram que se a gente proporciona tecnologia de acordo com a idade, maturidade, de forma equilibrada e monitorada, aí sim será um uso saudável que terá repercussão cerebral, evitando riscos à saúde.

Não é a mesma relação que tínhamos com a TV há duas gerações. A tecnologia hoje é muito íntima, fazendo com que a nossa saúde e tempo sejam afetados diretamente, sobretudo nas crianças e adolescentes.
(Pediatra Susana Fenon, do Grupo de Trabalho de Saúde na Era Digital da SBP)


Agora, gostaria de compartilhar com vocês, uma matéria muito interessante da Camila Saccomori, que alerta sobre vídeos do app da moda que trazem conteúdos impróprios para crianças.
Leia na íntegra, acessandoo link à seguir: https://bellamais.correiodopovo.com.br/colunistas/camilasaccomori/lixo-digital-tem-coisa-mais-tensa-que-a-momo-por-a%C3%AD-1.380980

Lixo digital: tem coisa mais #tensa que a Momo por aí

Quem tem filhos pequenos ou convive com crianças ouviu falar da Momo neste ano de 2019. Eram vídeos de música infantil, desenhos ou tutoriais de slime que, lá pelas tantas, mostravam uma boneca medonha falando de suicídio ou ensinando atos violentos. Muita gente denunciou no YouTube Kids (plataforma com classificação indicativa de conteúdo para menores de 8 anos), a monstrenga aparentemente sumiu do www e agora estamos livres para sempre desta ameaça. Ufa!

Mas não é bem assim. Lamento informar que há coisas tão absurdas e bizarras quanto a Momo aqui pertinho (ao alcance de um dedo dos curiosos representantes da Geração Alpha). Está na moda hoje em dia entre as crianças em idade escolar um aplicativo chamado GACHA LIFE, que permite criar os próprios personagens em anime e compartilhar com amigos. Dá para customizar todos os detalhes, das características físicas até roupas e acessórios. Com o auxílio de outro app, a gurizada faz vídeos de pequenas histórias e insere balões de diálogo. Depois é só subir no YouTube e esperar os likes.

Muitas destas "novelinhas Gacha" são realmente inocentes e divertidas. Alguns míni-filmes falam de amizades, família, moda e música. Só que na imensidão do YouTube-não-kids é difícil filtrar o que é bom e o que é podre (especialmente para nossos filhos em desenvolvimento). Com a reprodução automática de um vídeo atrás do outro, em sequências de poucos minutos, abre-se uma porta para outro universo Gacha. Escuro, pesado e perverso.

Tem novelinha Gacha "24 horas no cio".



Tem Gacha "Meu lobo pervertido”.



Tem Gacha "Grávida aos 14 anos".

Tem Gacha "A garota que se apaixonou pela morte".



Tem Gacha falando de abuso sexual, tem Gacha psicopata, tem Gacha incesto ("Me apaixonei pelo meu irmão"). Tem Gacha zumbi que sai matando todo mundo que vê pela frente. Isso tudo em Português mesmo. É simplesmente surreal!

A onda de vídeos Gacha veio dos Estados Unidos. Foi lá que surgiu, na época da Momo, a campanha #ProtectOurKids. Grupos monitoram e denunciam cenas como tráfico humano, tiroteio e ameaças de morte inseridas em desenhos comuns como míni-filmes gravados em cenários de Minecraft. Mas nenhum esforço é suficiente para a faxina.

O que se conclui de tudo isso?

Denunciar vídeos impróprios é importante e todos devemos colaborar imediatamente, mas na prática é como lavar louça. Assim que você termina, já começa a acumular mais. Coisas impróprias jamais vão deixar de existir no mundo digital. Como pais, só temos uma saída: é FUNDAMENTAL o acompanhamento próximo e contínuo não só em relação ao tempo de uso das telas, mas sim dos conteúdos pelos quais nossos filhos estão interessados. Do contrário, no meio da janta ou no carro voltando da aula, vem aquele tipo de pergunta que você nem sabe por onde começar a responder. (Isso se você tiver a sorte do seu filho estar conversando com você em vez de estar com a cara enfiada no celular justamente vendo esse tipo de lixo digital). 

por Camila Saccomor






Links relacionados:

https://bellamais.correiodopovo.com.br/colunistas/camilasaccomori/lixo-digital-tem-coisa-mais-tensa-que-a-momo-por-a%C3%AD-1.380980


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