Exemplo de Educação



Aprendi muito com essa matéria escrita por minha amiga Elaine e gostaria de compartilha com vocês.

“A democracia de amanhã prepara-se pela democracia na escola.”

Em 2007, comecei ler Freinet, quase que diariamente, descobri suas origens, seus pensamentos e sua forma de ensinar. Apaixonei-me.

BIOGRAFIA
Nasceu no sul da França em 15 de outubro de 1896 e morreu em 1966.
Sua infância foi vivida no campo, cresceu junto a natureza.
Em 1914, aos 18 anos, na I Guerra Mundial foi ferido, depois de curado, formou-se professor. Estudou Rosseau e Pestalozzi.
Estou seguindo seu exemplo, tenho convivido muito com as palavras destes educadores. E a cada livro lido, a esperança renova-se em mim.
Assim como para Freinet, também observo no meu dia escolar que as crianças amam a vida fora da sala de aula: o campo, o lago, as montanhas e os animais da escola Terra são saberes eternos. Nunca mais estes alunos esquecerão o que sentiram ao pescar um peixe, cheirá-lo, apalpá-lo, estudá-lo  e degustá-lo. Os saberes apreendidos estão tatuados invisivelmente em seus corpinhos. 
Nosso corpo aprende antes que a mente perceba.
Técnicas de Freinet:
Aulas-passeio
Célestin Freinet iniciou as aulas passeio e juntamente com os alunos descobriram coisas cada vez mais interessantes e cada um queria mostrar o que achara e contar o que descobrira.
Sua pedagogia é centralizada na criança e baseada em alguns princípios:
senso de responsabilidade; senso cooperativo; sociabilidade; autonomia; expressão; criatividade; comunicação; reflexão individual e coletiva; julgamento pessoal e afetividade.
Texto livre e  Imprensa escolar
Freinet não usava cartilhas, as crianças escreviam seus textos e fichário de consulta, trabalhavam  individualmente ou em grupo. O autor decidia como queria corrigir seu texto. O texto só podia ser alterado se seu autor/aluno permitisse.
As crianças faziam suas cartilhas com as palavras que elas gostavam. Freinet levou para sala uma impressora e eles escreviam para os pais, para os amigos e para estudantes de outras cidades.
Freinet escreveu dois livros sobre isto : “A imprensa na escola” e “Abaixo os manuais escolares”.

Livro da vida
FUNCIONA COMO UM DIÁRIO DE CLASSE, REGISTRANDO A LIVRE EXPRESSÃO: TEXTO, DESENHO, PINTURA.
Esta atividade permite que as crianças exponham seus diferentes modos de ver a aula e a vida.
Assembleia e Livro da Vida – alunos do 4° ano com Profª. Rosangela
Auto avaliação
Segundo Freinet, o aluno deve se auto-avaliar constantemente registrando nas fichas de auto-avaliação o resultado de seu trabalho.
INVARIANTES PEDAGÓGICAS
A criança é da mesma natureza que o adulto.
Ser maior não significa necessariamente estar acima dos outros.
O comportamento escolar de uma criança depende do seu estado fisiológico, orgânico e constitucional.
A criança e o adulto não gostam de imposições autoritárias.
A criança e o adulto não gostam de uma disciplina rígida, quando isto significa obedecer passivamente uma ordem externa.
Ninguém gosta de fazer determinado trabalho por coerção, mesmo que, em particular, ele não desagrade. Toda atitude imposta é paralisante.
Todos gostam de escolher o seu trabalho mesmo que esta escolha não seja a mais vantajosa.
Ninguém gosta de trabalhar sem objetivo, atuar como máquina, sujeitando-se a rotina nas quais não participa.
É fundamental a motivação para o trabalho.
 É preciso abolir a escolástica.
Todos querem ser bem sucedidos. O fracasso inibe, destrói o ânimo e o entusiasmo.
Não é o jogo que é natural na criança, mas sim o trabalho.
  Não são a observação, a explicação e a demonstração – processos essenciais da escola, as únicas vias normais de aquisição de conhecimento, mas a experiência tateante, que é uma conduta natural e universal.
  A memória, tão preconizada pela escola, não é válida, nem preciosa, a não ser quando está integrada no tratamento experimental.
  As aquisições não são obtidas pelo estudo de regras e leis, como às vezes se crê, mas sim pela experiência. Estudar primeiro regras e leis é colocar o carro na frente dos bois.
  A inteligência não é uma faculdade específica, que funciona como um circuito fechado, independente dos demais elementos vitais do indivíduo, como ensina escolástica.
 A escola cultiva apenas uma forma abstrata de inteligência, que atua  fora da realidade, fica fixada na memória por meio de palavras e ideias.
 A criança não gosta de receber lições autoritárias.
 A criança não cansa do trabalho funcional , ou seja, que atende aos rumos de sua vida.
 A criança e o adulto não gostam de ser controlados e receber sanções. Isso caracteriza ofensa à dignidade humana, sobretudo se exercida publicamente.
 As notas e classificações constituem sempre um erro.
 Fale o menos possível.
 A criança não gosta de sujeitar-se ao trabalho em rebanho. Ela prefere o trabalho individual ou de equipe numa comunidade cooperativa.
 A ordem e a disciplina são necessárias na aula.
 Os castigos são sempre um erro. São humilhantes, não conduzem ao fim desejado e não passam de paliativo.
 A nova vida da escola supõe a cooperação escolar, isto é , a gestão da vida pelo trabalho escolar pelos que a praticam, incluindo o educador.
 A sobrecarga das classes constitui sempre um erro pedagógico.
 A concepção atual das grandes escolas conduz professores e alunos ao anonimato, o que é sempre um erro e cria barreiras.
 A democracia de amanhã prepara-se pela democracia na escola. Um regime autoritário na escola não seria capaz de formar cidadãos democratas.
Uma das primeiras condições da renovação da escola é o respeito à criança e, por sua vez, a criança ter respeito aos seus professores; só assim é possível educar dentro da dignidade.
 A reação social e política, que manifesta uma reação pedagógica, é uma oposição com a qual temos que contar, sem que se possa evitá-la ou modificá-la.
 É preciso ter esperança otimista na vida.
A CRIANÇA SEM RAÍZES
“A Cultura moderna produziu uma perigosa defasagem entre a vida e o pensamento, um hiato no processo de evolução do organismo individual e social.” Freinet in Educação do Trabalho.

Autora: Elaine Posso

Fonte:
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA;
FREINET, Célestin. A educação do trabalho, São Paulo: Martins Fontes, 1998.
SAMPAIO, Rosa Maria Whitaker Ferreira. Freinet: evolução histórica e atualidades, São Paulo: Scipione,1989
www. pedagogiaemfoco.pro.br/per06.htm






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